INCERTEZA ARTIFICIAL (versão VENDO INCERTEZA ) é um trabalho de realidade aumentada que questiona os métodos e técnicas com que os sistemas automatizados categorizam os seres, as paisagens e objetos à nossa volta.
A versão VENDO INCERTEZA, apresentada no Vídeo Pulso, parte de uma reconstituição da figura do homem-placa ou homem-sanduíche (geralmente associado a anúncios de compra de ouro nos centros de São Paulo ou Belo Horizonte), em que o anúncio/vestimenta é substituído por duas telas LCD que exibem as possibilidades de identificação dos objetos vistos por uma câmera acoplada ao indivíduo portador do sistema.
Em se tratando de algoritmos, as coisas nem sempre parecem ser o que são. O trabalho questiona a capacidade que as máquinas têm de identificar seres ou coisas. Na falta de certezas sobre os referentes, ou dependendo das ideologias inseridas nos bancos de dados, os sistemas geram dúvidas sobre as configurações do mundo à nossa volta. O processo de escrutínio da realidade através das máquinas de ver, se transforma num jogo de acertos e desacertos.
Eu gosto de reciclar trabalhos. A origem de VENDO INCERTEZA vem de uma pesquisa anterior comissionada pelo MAM SP para a mostra Realidades e Simulacros no Parque Ibiraquera. O trabalho discutia vieses semânticos existentes em coleções de datasets pre-existentes e em tantas outras nuances de preconceitos embutidos em algoritmos e sistemas de IA. VENDO INCERTEZA se tornou então uma derivação “ambulante” de INCERTEZA ARTIFICIAL,
Curadoria da mostra Realidades e Simulacros Cauê Alves e Marcus Bastos
A programação do sistema original: Bruno Favaretto e Luiz Abbud.