A instalação Meandro foi criada a partir de um convite dos organizadores da exposição Tempo[buscar] em pensar uma obra que sugerisse “um cordão entre o Rio Piracicaba e o tempo da cidade, tomando-o como um relógio no inconsciente coletivo da população”.* (não sei de quem é essa frase)
A partir de incursões pelo rio, em visitas descompromissadas que se deixaram afetar pelo fluxo das paisagens, formas de ocupação e relações casuais que se passam em suas margens, a instalação reflete uma aproximação livre e notadamente subjetiva do contexto retratado.
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Meandro
2009, 20 minutos (loop)
videoinstalação ‘site-specific’ com 3 canais de vídeo sincronizados
concepção e imagens: Lucas Bambozzi
imagens, assistência de direção e edição: Paloma de Oliveira
produção: SESC Piracicaba
Alguns projetos anteriores foram também influenciados por experiências de imersão ou observação em contextos fluviais marcantes. O documentário Do Outro Lado do Rio (88 min. 2004), por exemplo, também presente na exposição, foi rodado às margens do Rio Oiapoque, que separa o Brasil da Guiana Francesa. Ali, o diretor buscou retratar personagens que pudessem dar conta da complexidade de situações que envolvem a fronteira e toda a economia informal e clandestina que intersecciona os entre os dois países.
Em um projeto recente, Outros Silverinos Remix (40 min. 2009, co-dirigido por Fernão Ciampa) o foco das câmeras aponta para o rio Capibaribe (Recife), que simboliza no trabalho (inspirado em Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto), os fluxos migratórios correntes no Brasil e no mundo, o ir-e-vir em tempos de mobilidade e deslocamento, e a diversidade de referências que moldam a cultura audiovisual num eixo imaginário entre Pernambuco e São Paulo.
Em Meandros, se evidenciam as rupturas advindas de uma possível transformação individual diante das sinuosidades e situações marginais do rio, em suas diversas sugestões de temporalidades, em sua imponência que faz a vida ribeirinha ser vivida de forma diferente.
lucas bambozzi
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extrato do vídeo panorâmico gravado em trechos do rio:
Comments
3 responses to “Meandros: tempo e fluxo”
Lucas,
Faço estágio de fotografia no CEDECOM da UFMG. Em uma caixa esquecida no canto aqui da UFMG achei inúmeras fotos relacionadas a eventos da universidade, e estou digitalizando essas fotos.
Uma das fotos foi uma foto divulgação sua para um dos Festivais de Inverno, tirada pela Rochelle Costi. Penso que era para colocar em uma matéria sobre uma oficina ministrada por você, chamada Oficina de Vídeo Retratos. Estou querendo resgatar um pouco a história dessas fotos, e não sei o ano dessa foto e em qual contexto ela foi enviada a UFMG. Pensei que talvez você pudesse lembrar. Se puder entrar em contato comigo por e-mail ([email protected]), lhe envio a foto.
Estou ainda postando algumas das fotos em meu blog http://www.diogodc.wordpress.com , qualquer coisa entre lá.
Atenciosamente,
Diogo DC
Ei Diogo, me envia a foto? Vai ajudar a te dar alguma info sobre. Abzo l.
Dear Luca Bambozzi,
my name is Cecilia Valenti, I am one of the curators of a film series on contemporary political/ post-colonial cinema. The film series will take place in the Zeughauskino in Berlin, which is part of the Deutsches Historisches Museum (German Historical Museum).
I am very intrested about your documentaries, expecially about DO OUTRO LADO DO RIO and O FIM DO SOM FIM. I couldn’t find them here in Berlin. It would be great, if you could send me a DVD-copy of the film for preview.
Thanks a lot for your help in advance and kind regards from Berlin,
Cecilia Valenti